Existem três tipos de desvio da coluna vertebral: cifose, lordose e escoliose, cada um deles tem um tratamento específico.
Você já viu ou ouviu falar de pessoas que tem a coluna vertebral com curvatura excessiva? Trata-se de um problema que afeta diferentes tipos de pessoas e é chamado de desvio da coluna vertebral. Ele é tratado por um ortopedista especialista em deformidades da coluna, que obtém o conhecimento necessário para diagnosticar e tratar o problema.
Para entender um pouco melhor sobre estes desvios, é preciso entender que a coluna vertebral não é apenas composta de ossos, isto é: há também medula espinhal e raízes nervosas, além disso, há também os músculos agregados a ela. Todo este conjunto atua nos movimentos do corpo humano.
Tipos de desvio
Existem três tipos de desvios da coluna vertebral: cifose, lordose e escoliose. As duas primeiras são curvaturas fisiológicas - normais do corpo humano. Isto ocorre porque a coluna vertebral não forma uma linha vertical exatamente reta, ela é composta de curvas em diferentes graus e forma um pequeno “s”. A cifose, por exemplo, causa curvatura excessiva na parte superior das costas, por isso também é chamada de corcunda. Se a curva for algo em torno de 20° a 45° graus, é considerada normal. O mesmo vale para a lordose, responsável pelo grande encurvamento da parte lombar da coluna, mas também é normal se tiver de 31° a 79° graus. A escoliose, por sua vez, só passa a ser considerada desvio no caso de ser superior a 10° graus. Estes valores são medidos a partir de exames radiológicos da coluna.
Quais as causas?
Grande parte das deformidades ocorre ou por problemas idiopáticos – considerados desconhecidos – ou por problemas congênitos, que se manifestam antes ou durante o nascimento. A escoliose, por exemplo, pode ser congênita, decorrente de problemas na formação da coluna vertebral durante a gestação. Contudo, também pode ser neuromuscular, que é quando a causa está relacionada a paralisias cerebrais ou musculares desencadeadas por distrofia muscular, espinha bífida ou pólio.
Já nos outros dois tipos de desvio, as causas são normalmente associadas a determinadas doenças ou má formações da coluna. Na cifose, os motivos mais comuns são a má postura, o condicionamento físico insuficiente e certas doenças, como a espondilite anquilosante e a osteoporose senil. Em relação à lordose, suas causas podem estar relacionadas a vários fatores, são eles: obesidade, osteoporose, espondilolistese, nanismo, discite e inclusive a cifose (podem aparecer ao mesmo tempo).
Grupo de risco
O grupo de risco varia em cada tipo de desvio. Na escoliose, por exemplo, a ocorrência durante a infância é maior em crianças do sexo masculino, mas na adolescência, 90% são jovens do sexo feminino.
Já no caso da lordose e da cifose, idosos com osteoporose fazem parte do grupo de risco por conta da massa óssea menos resistente. Gestantes, pessoas com obesidade ou que possuem uma perna maior que a outra também estão sujeitas a desenvolver ambos os desvios, seja por conta da necessidade de adaptar a postura ou por limitação nos movimentos.
Sintomas
O sintoma mais comum da escoliose pode ser visto a olho nu, trata-se do paciente que tem um ombro mais para cima que o outro. Contudo, nos primeiros estágios da deformidade, essa diferença não é visível por um leigo, apenas se o paciente se curvar para frente, pois a assimetria torna-se mais visível. Agora, se você ou seu filho (a), estiver se queixando de dores nas costas e tiver escoliose, então é preciso passar por uma avaliação criteriosa para descartar a possibilidade de outras doenças, pois geralmente a escoliose não causa dor.
No caso da cifose e da lordose, há sintomas visíveis também, como má postura no dia a dia. Porém, existe ocorrência de dor, limitação dos movimentos e dificuldade para respirar profundamente em casos mais severos. Tratando-se especificamente da lordose, pode haver formigamento em algumas regiões do corpo.
Como diagnosticar?
Embora o diagnóstico seja diferente em cada tipo de desvio, ele é feito após a avaliação clínica por um ortopedista especialista em deformidades da coluna, que deve fazer um exame físico e pedir exames de imagem capazes de determinar se há de fato desvio da coluna vertebral. Talvez o médico peça um exame neurológico para verificar reflexos e fraqueza muscular. Para a consulta, tenha em mãos uma lista com os sintomas e o histórico médico, isso vai auxiliar na busca por um diagnóstico eficaz.
Tratamento
O tratamento para desvio na coluna vertebral vai depender do tipo de deformidade, da idade do paciente, da intensidade da dor e da limitação de movimentos. É importante salientar que o intuito da terapia é: interromper ou diminuir a progressão do desvio, recuperar os movimentos, e aliviar os sintomas.
De qualquer forma, o tratamento é preferencialmente conservador, sem necessidade de cirurgia, composto de fisioterapia, exercícios físicos recomendados pelo especialista em deformidades da coluna e reposição da postura correta. Para auxiliar no tratamento e brecar o avanço, é possível que o ortopedista recomende o uso de colchões ortopédicos, coletes ou palmilhas ortopédicas.
Se o tratamento conservador falhar ou se o especialista achar necessário, a cirurgia pode ser a opção mais viável. Normalmente, a operação é recomendada para pessoas adultas, mas no caso de jovens, se houver a necessidade de realizar, talvez o especialista em deformidades da coluna queira aguardar os ossos crescerem totalmente. Agora, se o desvio for muito grande e os sintomas muito graves, então pode ser necessário realizar a cirurgia antes disso.
Convivendo com o desvio
Como não há cura, a convivência com o desvio é inevitável. Em casos severos, a deformidade tende a causar impacto emocional e psicológico, inclusive pode ser vista com preconceito na juventude. Por isso é orientado que o paciente busque um psicólogo.
Para manter um convívio sem dificuldades, é imprescindível que pessoas obesas façam uma dieta, pois certos casos de lordose e cifose estão diretamente relacionados à obesidade. É interessante também fazer atividade física desde que recomendada pelo especialista em deformidades da coluna. Pacientes que já praticam esportes e descobriram o diagnóstico de desvio na coluna vertebral, tendem a continuar as atividades normalmente inclusive para diminuir a progressão do desvio.