Eixo central do corpo humano, a coluna é uma estrutura óssea interligada, complexa, forte e maleável. Ela pode assumir uma curvatura anormal para um dos lados do tronco: a escoliose.
O que é escoliose?
Ombros e quadris que parecem assimétricos, curvatura anormal da coluna vertebral para um dos lados, seja de forma leve ou de acentuada: o paciente que apresenta esses sintomas pode sofrer de escoliose, patologia que chega atingir até 3% da população mundial.
A doença trata-se de um desvio da coluna vertebral ou espinha dorsal, como também é conhecida, que pode ou não ser acompanhada pela rotação das vértebras. A coluna trata-se de uma estrutura rígida, mas flexível que mede entre 72 cm e 75 cm nos adultos e é composta por vértebras.
Sendo o eixo central do esqueleto humano, a coluna é fundamental para manter a postura ereta, possibilitando a movimentação tanto dos membros inferiores quando superiores, protegendo a medula espinhal.
Entretanto, existem curvaturas na coluna que não são consideradas normais. As curvaturas com essas características podem ser observadas na região do pescoço (lordose cervical), do tórax (cifose torácica), na cintura (lordose lombar), e da bacia (cifose sacrococcígea).
É preciso saber identificar casos de uma curvatura anormal da coluna e de má postura. Por isso é fundamental que, ao perceber os sintomas, o paciente se consulte com um especialista em deformidades da coluna.
Fatores de risco
A escoliose pode surgir em qualquer fase da vida, entretanto existem alguns fatores de risco aos quais os pacientes devem se atentar. Ela pode ocorrer por causa dos desgastes naturais dos ossos, sendo a idade um dos fatores de risco. Existem mais chances, no entanto, do surgimento na puberdade, fase que compreende o desenvolvimento ósseo. Outra característica é que ela atinge mais as meninas do que os meninos. Vale lembrar que o quanto antes foram descobertos os sintomas, mais eficaz será o tratamento para escoliose.
De acordo com dados divulgados pela OMS – Organização Mundial da Saúde, em 80% dos casos as causas da doença são desconhecidas (escoliose idiopática).
Nos casos mais graves, quando atinge a fase crônica, essa curvatura anormal da coluna pode fazer com que o paciente perca a mobilidade e comprometa o funcionamento dos órgãos, pois comprime o tórax, onde estão localizados coração e pulmão.
Outros fatores de riscos são:
- Má postura;
- Tumores;
- Obesidade;
- Atividade física praticada de forma inadequada;
- Sedentarismo;
- Tabagismo.
Tipos e causas da escoliose
Entre os tipos mais comuns da doença destacam-se a escoliose congênita; a escoliose neuromuscular e a escoliose idiopática. Cada um dos tipos da patologia apresenta uma forma de evolução em cada paciente. A causa também muda de acordo com o tipo da doença.
A escoliose congênita acontece por causa de problemas com a formação dos ossos da coluna vertebral ou pode acontecer devido a um problema na fusão dos ossos da coluna no momento da formação do feto.
A escoliose neuromuscular acontece devido a problemas neurológicos como paralisia cerebral ou decorrente de algumas doenças musculares como distrofia, espinha bífida ou poliomielite.
Já em casos de escoliose idiopática, não é possível determinar com exatidão as causas da doença.
Caracteristicamente, a escoliose não é decorrente de maus hábitos posturais. Ela acontece por causa de uma curvatura anormal da coluna, responsável pela má postura. Esse desvio provoca alterações importantes no funcionamento do corpo todo e em muitos casos é irreversível.
Diagnóstico da doença
Por se tratar de um problema visível, o diagnóstico se baseia em um exame físico minucioso realizado por um especialista em deformidades da coluna.
O exame físico pode ser complementado por exames de raio-x da coluna, capaz de medir o grau das curvaturas identificando lesões que afetem discos e articulações. O exame pode apontar ainda sinais de fraturas, luxações ou tumores.
Em alguns casos o médico pode solicitar ainda exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, por identificar com maior precisão o grau da doença e, com isso, direcionar paciente para o melhor tratamento para escoliose.
O teste de Adams, que consiste na flexão do tronco para frente e para baixo, tem se mostrado útil para o diagnóstico precoce da doença, principalmente na fase infanto-juvenil.
Tratamento para escoliose
De uma forma geral o tratamento realizado pelo especialista em deformidades da coluna varia de acordo com as particularidades apresentadas por cada paciente no que se refere à idade, grau e padrão de curvatura, bem como na intensidade da dor. A intenção do tratamento é evitar que a doença progrida, recuperar a função da coluna e, principalmente, aliviar os sintomas da doença.
O tratamento inclui técnicas de RPG – Reeducação Postural Globalizada, e exercícios que fortaleçam a musculatura. Alguns aparelhos ortopédicos, como coletes corretivos, podem ser úteis e receitados para melhorar a qualidade de vida do paciente, pois mantém os ossos e articulações nas posições adequadas.
Cirurgias nestes casos são realizadas somente em situações muito específicas. Quando se trata de casos avançados de escoliose. Ela se torna uma opção, por exemplo, quando o desvio é superior a 50 graus, e o paciente sofre com fortes dores e os órgãos já estão parcialmente comprometidos.
Por poder aparecer em qualquer idade, recomendam-se cuidados com a coluna vertebral em qualquer fase da vida, desenvolvendo uma postura correta, mantendo o peso corporal e evitando o sedentarismo.