A escoliose é uma doença que causa deformidade da coluna vertebral e ocorre com mais frequência em mulheres.
Você certamente já deve ter ouvido falar sobre a escoliose, uma das doenças mais comuns que afeta a coluna vertebral. Ela causa uma curvatura anormal nos ossos da coluna, ombros e quadril. A escoliose atinge, em média, até 4% da população mundial, o que significa que pelo menos 280 milhões de pessoas sofrem desta deformidade, e a maior parte é composta de mulheres. Neste artigo, vamos explicar por que a escoliose ocorre mais em mulheres e como a doença age.
Tipos de escoliose
Em primeiro lugar, é importante entender que existem quatro tipos de escoliose conhecidas, são elas: idiopática, neuromuscular, congênita e degenerativa. Cada uma delas com características específicas:
- Escoliose degenerativa: ocorre a partir de desgastes naturais do corpo e afeta em maior número as mulheres, pois elas enfrentam a menopausa durante a meia idade e a osteoporose depois dos 60 anos. Os desgastes corporais que estes dois fatores causam enfraquecem diretamente os ossos e os músculos, podendo causar alterações na coluna vertebral.
- Escoliose idiopática: esse tipo de escoliose, como o próprio nome diz, ocorre a partir de causas desconhecidas e representa cerca de 70% das deformidades da coluna. Apesar de aparecer em ambos os sexos, ocorre mais em mulheres.
- Escoliose neuromuscular: além de fraqueza muscular ou baixo controle dos músculos, certas doenças também são as causadoras desse tipo de escoliose, como: distrofia muscular, espinha bífida e poliomielite.
- Escoliose congênita: essa categoria de escoliose é associada a problemas que surgem ainda na formação do feto ou no crescimento do recém-nascido. Podem ser problemas no desenvolvimento dos ossos da coluna ou na fusão desses ossos com os da costela.
Grupo de Risco
O grupo de risco revela quais são as pessoas, o gênero, ou as características que mais estão sujeitas a ocorrência de um problema de saúde. Então aqui vamos falar a respeito do porquê de a escoliose atingir em maioria as mulheres.
Como já mencionado, certos alterações físicas, como a menopausa durante a meia idade e a osteoporose (que ocorre majoritariamente na mulher durante a velhice), colocam as mulheres no grupo de risco em maior proporção. A relação de casos é de sete mulheres para cada homem, o que mostra com clareza a disparidade entre os sexos.
Se tratando da escoliose idiopática, o grupo de risco inclui mais as meninas do que os meninos, e costuma aparecer em crianças com idade entre nove e 15 anos, período onde os sintomas são mais evidentes. Vale dizer que o histórico familiar também faz parte do grupo de risco, pois há casos de escoliose em pessoas da mesma família.
Diagnóstico
O diagnóstico completo é feito por um ortopedista especialista em deformidades da coluna. Para isso, ele deve avaliar o paciente a partir de um exame físico e também de informações apresentadas pela pessoa, como histórico médico familiar e pessoal, sintomas e um pequeno relato da rotina diária.
Contudo, estes procedimentos apenas conseguem indicar ou eliminar um diagnóstico. Em caso de escoliose, é de suma importância a realização de exames de imagem, como radiografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética da coluna. Além destes exames, se o ortopedista estiver em dúvida, é possível que ele peça um exame neurológico para verificar se há a presença da escoliose neuromuscular.
Durante a infância, o pediatra pode diagnosticar a escoliose a partir dos exames de rotina e aí sim encaminhar para o especialista em deformidades da coluna. Esse diagnóstico pode ser feito também a partir da análise clínica do desenvolvimento da criança. Então se o seu filho ou filha tiver escoliose e fizer exames de rotina no pediatra, a chance de ser diagnosticado com a deformidade ainda no início é maior.
Tratamento
O melhor tratamento para escoliose vai depender do diagnóstico que o paciente vai receber. Lembrando que cada caso é um caso. Contudo, é possível adiantar que o especialista em deformidades da coluna deve dar preferência por um tratamento conservador. Agora, se o tratamento não adiantar, ou se o grau de escoliose for muito grande, é muito provável que o ortopedista entenda ser necessário fazer uma intervenção cirúrgica.
O tratamento conservador para escoliose envolve uso de um colete ortopédico, que corrige a postura e diminui o avanço da doença; fisioterapia; medicamentos para diminuir a dor e, possivelmente, a orientação de praticar alguns tipos de esporte, como natação. É provável que mesmo tomando estas medidas, a escoliose continue avançando, e neste caso o melhor tratamento será a cirurgia, indicada para deformidades entre 40º e 50 º graus.
Cirurgia
A cirurgia para escoliose tem como intuito reparar o desvio causado pela doença. Em diagnósticos da doença em crianças e jovens adolescentes, o especialista em deformidades da coluna pode achar necessário esperar a criança finalizar o crescimento. Somente se a curvatura for superior a 40º graus é que a cirurgia pode ser necessária antes disso.
Prevenção e prognóstico
O paciente deve retornar periodicamente ao especialista em deformidades da coluna para verificar se o tratamento foi, de fato, eficaz ou se a doença retomou o avanço. Agora, se o paciente passou pela cirurgia, o retorno ao médico será mais frequente para lidar com o pós-operatório. De resto, é importante manter uma dieta saudável e praticar atividades físicas que sejam recomendadas pelo ortopedista especialista em deformidades da coluna.